Quem não conhece a sensação: depois de um dia longo e difícil, exercitar-se e cozinhar uma refeição saudável é a última coisa que sentes vontade de fazer. Mas o que é que nos tira do sofá e nos coloca no nosso equipamento de treino? 

 

Primeiro de tudo, vamos dar uma olhada nas diferentes formas de motivação: 

 

Motivação intrínseca 

Na psicologia, também aplicada ao desporto, falamos de "motivação intrínseca" quando te envolves num comportamento porque o achas interessante e recompensador. Estás a realizar uma atividade por si mesma e não pelo desejo de alguma recompensa externa.[1] Por exemplo, participar de um desporto porque consideras a atividade, em si, agradável. 

 

Motivação extrínseca 

A "motivação extrínseca", por outro lado, é acionada quando estamos motivados a realizar um comportamento ou participar de uma atividade porque queremos ganhar uma recompensa ou evitar punições.[2] Por exemplo, participar de num desporto para ganhar prêmios. 

 

A ciência e a experiência prática concordam que a motivação intrínseca é mais forte do que a extrínseca. No entanto, sempre haverá desafios que não achamos agradáveis, interessantes ou empolgantes, e que podem parecer esmagadores para nós.  

 
Aqui estão algumas dicas sobre como podes encontrar e manter a motivação intrínseca: 

 

• Certifica-te de entender o que desejas alcançar. Defina metas SMART (continua a ler para aprender). 

• Define onde estás. Como te sentes antes e depois de te exercitares? 

• O apoio da tua família e rede de amigos pode ajudar-te a manter a determinação e fortalecer a motivação. 

• Comemora as tuas realizações. Isso irá motivar-te para o próximo objetivo.  

 

 

Como definir metas SMART: 

 

A abordagem de metas SMART diz-nos precisamente como definir as nossas metas para que sejam mais fáceis de gerir.[3] 

 

S.M.A.R.T. é um acrônimo para as 5 características básicas que uma meta deve ter: 

 

1. ESPECÍFICOS - os objetivos devem ser sempre claros e bem definidos. 

 

Por exemplo, "Vou correr na floresta duas vezes por semana durante 30 minutos para melhorar a minha resistência" 

 

2. MENSURÁVEL – É importante definir metas mensuráveis, acompanhar o seu progresso e manteres-te motivado. Avaliar o progresso ajuda-te a manter o foco, cumprir os teus prazos e sentir a emoção de estares mais perto de alcançar o teu objetivo. Além disso, à medida que te aproximas de alcançar o teu objetivo, a motivação intrínseca aumenta. 

 

Em relação ao nosso exemplo anterior: podes medir facilmente a distância e o tempo com uma aplicação no teu telefone e ver se a tua resistência melhorou. 

 

3. ATINGÍVEL – O teu objetivo também precisa ser atingível para ser bem-sucedido. O objetivo escolhido deve ser realista, ou seja, alcançável com base nas nossas habilidades reais. Adaptações são necessárias se a meta escolhida se mostrar muito difícil ou não suficientemente ambiciosa. 

 

4. RELEVANTE - Um objetivo é relevante quando se apodera das nossas emoções e tem um significado para nós. Isso faz-nos sentir felizes quando atingimos um objetivo. 

 

5. BASEADO NO TEMPO - Define uma data-alvo, para que tenhas um prazo para te concentrares e algo para trabalhar. 

 

No final, pergunta-te: Alcancei o meu objetivo? Se sim, como continuo? Se não, o que poderia/devo fazer diferente? 

 

Está atento: Formula os objetivos de forma positiva e não como proibições. Em vez de “não quero fazer algo” ou “não vou fazer mais nada” pensa “quero fazer mais” ou “quero melhorar”. 

 

Definir metas SMART e desenvolver uma forte motivação intrínseca não apenas fornece estrutura, mas também ajuda a construir um estilo de vida mais saudável. 

 

Para uma abordagem holística, tente estabelecer metas dentro de cada um dos quatro pilares de um estilo de vida saudável: 

 

• Atividade Física e Desporto ao Ar Livre; 

• Alimentação Equilibrada; 

• Sustentabilidade e Natureza; 

• Bem-estar físico e mental. 

 

Saiba mais sobre os pilares AQUI.


Autores: Sara Vivirito, CEIPES  

Fontes:

[1] Lee W, Reeve J, Xue Y, Xiong J. Neural differences between intrinsic reasons for doing versus extrinsic reasons for doing: an fMRI study. Neurosci Res. 2012;73(1):68-72. doi:10.1016/j.neures.2012.02.010  
[2] Tranquillo J, Stecker M. Using intrinsic and extrinsic motivation in continuing professional education. Surg Neurol Int. 2016;7(Suppl 7):S197-9. doi:10.4103/2152-7806.179231  
[3] Meyer, P. J. (2003). Attitude is everything!: If you want to succeed above and beyond. Paul J. Meyer Resources.